Entre o fim de um ano e o início de
outro...
Entre
o fim de um ano e o início de outro,
vontade
de um novo livro autografar.
Há
muito que se gerar, gravar, grafar!
Entre
o fim de um ano e o início de outro,
a
emoção de ouvir mamãe a cantar,
com
o Coral da igreja São Benedito,
a
“Ave Maria de Gounod” e o “Creio em ti”,
no
CD – “Carmen, a voz que venceu”!
Mamãe
nunca esmoreceu.
Entre
o fim de um ano e o início de outro,
A
minha indignação com uma notícia :
Cavalos
que puxam as carruagens
no
Central Park de Nova York,
transportando
milhares de sorridentes turistas,
tombaram
de exaustão.
Alguns
morreram, vítimas da poluição.
Entre
o fim de um ano e o início de outro,
mais
um cavalo tomba...
Esmorecido...
Agora,
na rua Amando de Barros.
Puxador
de carrocinha,
de
dono catador de reciclados,
ele
desmaia,
diante
de seres desumanizados.
Entre
o fim de um ano e o início de outro,
leio
a reportagem:
Mãe
feliz, grávida de quatro meninas!
Ventre
distendido,
enorme,
mostra
as vidas
por
seus pais tão queridas!
Entre
o fim de um ano e o início de outro,
vejo
fotos das grávidas do crack.
Ventres
distendidos,
enormes,
mostram
as vidas falidas
de
mães destruídas.
Entre
o fim de um ano e o início de outro,
na
cracolândia desmantelada de São Paulo,
uma
sogra busca sua nora
e
o neto que está em seu ventre.
Quer
salvá-los
da
rua e da perdição.
Basta
um filho na prisão!
Entre
o fim de um ano e o início de outro,
o
cristalino azul de nossa piscina
cedeu
lugar ao verde.
A
grama esmeralda acena para o azul do céu,
tecendo
na Verde-Esperança
o
reflexo do mais belo véu!
Carmen
Sílvia Martin Guimarães
Botucatu,
12 de janeiro de 2012.
Que lindo poema minha prima, parabéns !
ResponderExcluirSilvia Martin